terça-feira, 19 de maio de 2015

Filme Her: Um futuro não tão distante


O filme Her (que significa ELA), é uma comédia dramática, com ficção científica e romance dos Estados Unidos que foi lançado em 2013, dirigido e produzido por Spike Jonze. A trama fez um grande sucesso e ganhou vários prêmios entre eles três indicações ao Globo de Ouro, concorrendo como melhor filme , melhor roteiro e melhor ator, vencendo o de melhor roteiro.Foi também indicado para o Oscar e venceu como melhor roteiro.

O filme se passa em Los Angeles e mostra como será o futuro da sociedade, um futuro que está próximo, cercado a todo o momento das mais altas tecnologias e multimídias. Theodore é um homem completamente sensível e romântico que ganha a vida escrevendo cartas pessoais para outras pessoas. Terminou recentemente um longo relacionamento amoroso com a pessoa que ele achava ser a mulher da sua vida. Sozinho e deprimido ele busca companhia em um novo sistema operacional lançado, que promete uma experiência quase que humana, com adaptação individualizada para cada utilizador. Surge então Samantha, com uma voz feminina sensível e divertida, e ele logo se encanta por ela.

Ela consegue fazê-lo sentir-se bem, arranca boas risadas quando ele entristece e uma sintonia começa a crescer entre eles.O tempo vai passando e os laços se estreitando entre Theodore e o sistema operacional Samantha, dando início a uma espécie de história de amor, com direito a tudo que qualquer namoro real possui, exceto a relação física. Samantha é muito inteligente e proporciona uma vida a dois quase que perfeita, ela o escuta, incentiva, organiza sua rotina, organiza seus e-mails, e possui uma vontade de imensa de viver, e desfrutar de tudo que a vida pode oferecer. Tudo para ela é novidade, já que ela não é um ser humano, as coisas mais simples a deixa completamente encantada.

O filme pode ser facilmente confundido com uma história de amor, quem assiste torce para que eles realmente fiquem juntos, para que ela apareça em um corpo, que ela realmente exista.Mas longe do romantismo, ele chama a atenção para os seres humanos que deixam de ser capazes de lidar com emoções reais, confundem o virtual, tecnológico com o real. Nesse futuro idealizado pelo autor, a solidão é algo que invade os indivíduos. São raras as conversas entre amigos, colega, vizinhos, é raro o olho no olho com os outros, a socialização quase que não existe mais. Tudo isso é substituído pelos aparelhos tecnológicos, extremamente evoluídos que não precisar mais tocar, basta falar, ordenar.

Viver com a tecnologia e ser dependente dela é uma realidade cada vez mais presente nos dias de hoje. O autor leva ao extremo a idéia de um sistema operacional conseguir ter emoções e querer evoluir, mais do que deveria.O fato de um homem namorar um programa de computador é algo normal e outras pessoas também o fazem ao longo do filme.

Pierre Lévy é um filósofo francês que desenvolveu estudos sobre a cultura virtual contemporânea, ou seja, a cibercultura. As pesquisas se concentram especialmente na área cibernética e aborda o papel fundamental das tecnologias na esfera da comunicação e a evolução na cultural em geral.Ele define que a cibercultura como um movimento que oferece novas formas de comunicação que chama a atenção de milhares de pessoas no mundo todo.

No final do filme, quando Theodore está totalmente dependente do sistema operacional (Samatha), ela vai embora e ele a principio parece que não conseguirá sobreviver sem ela. Então ele “acorda” para o mundo real, percebe o quando falhou com a ex mulher e vê na melhor amiga - sua vizinha, que também namorava um sistema operacional – todo amor, carinho e atenção que ele precisava,em uma pessoa real, com sentimentos reais.


O que acontece no filme, embora de forma exagerada para alguns, é algo que começa  a ser comum, ou que será cada vez mais comum se as pessoas continuarem insistindo em comunicar-se e relacionar-se somente através das tecnologias, perdendo o tato, o contato físico, alguns simples gestos como o toque, o abraço, o aperto de mão.As pessoas estão cada vez mais individualistas, o que as fazem sentir a sensação de estarem sempre sozinhas. E isso precisa mudar.

Veja o trailer do filme e dê sua opinião.

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